AGEPOR assinala centenário de associativismo de Agentes de Navegação
A AGEPOR, associação que junta os agentes de navegação portugueses, assinalou quarta-feria, 13 de Novembro, cem anos de dinâmica associativa no ramo, e duas décadas da organização.
O evidenciar das datas teve lugar na Escola Náutica, Paço de Arcos, com um jantar que junto cerca de 150 convidados ligados ao sector marítimo – portuário.
Entre os convidados destaca-se a presença de Alberto Souto de Miranda, Secretário de Estado das Comunicações, no que será um estreia em eventos onde terá intervenção.
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AGEPOR traça as prioridades para o setor marítimo-portuário no evento dos 100 anos de associativismo dos agentes de navegação • O aumento do investimento e da capacidade dos portos, a conclusão do projeto JUL (Janela Única Logística) e a paz social são as principais necessidades apontadas pela AGEPOR para o setor marítimo-portuário. • O transporte marítimo, centro da atividade dos agentes de navegação, é responsável por cerca de 90% do comércio mundial. Em Portugal, em 2018, mais de 75% das importações e quase metade das exportações passaram pelos portos. • A contribuição da economia do Mar para o PIB nacional é de 5% e o setor marítimo-portuário representa uma parte significativa desse valor. LISBOA, 14 de novembro – Cerca de 150 pessoas ligadas ao setor marítimo-portuário estiveram ontem reunidas, na Escola Náutica Infante D. Henrique, para celebrar os 100 anos de associativismo dos Agentes de Navegação e o 20º aniversário da AGEPOR. O Secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Alberto Souto de Miranda, também esteve presente, naquela que foi uma das suas primeiras intervenções junto do setor. “É uma feliz coincidência que este evento coincida com o princípio de uma nova legislatura. É, pois, o momento certo para falarmos sobre os temas-chave que devem estar na agenda política do nosso sector”, realçou Rui D’Orey, presidente da AGEPOR, apontando como principais prioridades: o investimento e o aumento de capacidade dos portos; a conclusão do projeto JUL (Janela Única Logística); e a paz social no setor marítimo-portuário. É necessário investir nos portos portugueses para garantir a execução da “Estratégia para o Aumento da Competitividade Portuária” (documento-chave apresentado em 2016 pelo Ministério do Mar), “cuja concretização tem vindo a ser feita a um ritmo mais lento do que os portos, o mercado e a economia necessitam”, acrescentou Rui D’Orey. Como exemplo de investimentos previstos, o responsável destacou: o alargamento da PSA Sines, o novo terminal Vasco da Gama, as dragagens do porto de Setúbal, a modernização da LISCONT em Lisboa ou o Terminal -14 de Leixões. No que respeita à JUL – projeto iniciado em 2018 para estender a Janela Única Portuária a toda a cadeia logística nacional, numa lógica intermodal – “é prioritário avançar com a sua implementação, de forma a que a dimensão física seja complementada e suportada por uma dimensão digital”, notou Rui D’Orey, salientando que os agentes de navegação são peças-chave desta plataforma, uma vez que atuam como pivots na cadeia logística dos portos. Como último – mas não menos importante – Rui d’Orey evidenciou a paz social como vetor essencial para o desenvolvimento portuário. “Os portos nacionais, em especial o de Lisboa, têm sido continuamente assolados por greves ou ameaças de greve, desde 2012. Este é um aspeto negativo, porque não existe crescimento de um porto sem uma saudável cumplicidade entre os trabalhadores portuários e os demais stakeholders. Basta ver os portos nacionais que crescem e os que marcam passo ou definham: a correlação com a paz social é direta e clara. O crescimento do porto traz prosperidade para todos”. Digitalização e descarbonização entre os principais desafios do setor A pensar no futuro, a AGEPOR identificou como maiores desafios do setor marítimo-portuário: a digitalização; a sustentabilidade ambiental (como são exemplo as novas regras de emissão de enxofre que entram em vigor a partir de 2020 e representarão um aumento de custos para a indústria na ordem dos 60 milhões de euros; ou a redução até 50% das emissões de gases com efeitos de estufa até 2050); a impressão 3D; a robotização e a automação, o big data, a IA e IoT (um dia, teremos navios e terminais completamente autónomos e ‘inteligentes’). Ainda que os agentes de navegação tenham hoje funções completamente diferentes das que desempenhavam há 100 anos, “a sua presença física nos portos e o seu papel enquanto interlocutores locais permanecem valiosos”, sublinhou Rui D’Orey, acrescentando: “uma pequena demora na estadia de um navio custa muito mais a um armador do que qualquer poupança, sempre irrisória, no custo de um agente”. Neste evento que marcou a história do associativismo dos agentes de navegação em Portugal, o presidente da AGEPOR relembrou também todas as direções e órgãos sociais das várias associações que lhe precederam, bem como os colaboradores que no dia-a-dia concretizam e dão visibilidade ao trabalho realizado pela AGEPOR. Um setor que tem crescido em Portugal • Atualmente, o setor portuário em Portugal conta com cerca de 80 agentes de navegação, envolvendo aproximadamente 1.240 colaboradores. Por ano, registam-se mais de 10.000 escalas de navios nos portos nacionais, que transportam quase 100 milhões de toneladas. A AGEPOR – Associação dos Agentes de Navegação de Portugal – foi criada em 1999, como resultado da fusão das duas principais associações setoriais (APAN e AGENOR), com o objetivo de juntar num único organismo nacional todos os agentes de navegação, para uma melhor e mais eficaz defesa e promoção dos interesses do setor marítimo-portuário. Nota de Imprensa |
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