Acidente do TGV em Ingenheim (30km ao norte de Strasbourg) em 5mar2020
Por: Fernando Santos e Silva
É extraordinário. O acidente ocorreu cerca das 7:45, e duas horas depois já se dispunha de fotografias que permitiam determinar as causas do acidente.
Isso não dispensa a comissão de inquérito, mas sauda-se o respeito pelo direito à informação, coisa pouco apreciada pelos decisores em Portugal, que gostam de recomendar que “deixem trabalhar as comissões sem pressões”.
Votos de recuperação do maquinista, que foi o ferido mais grave. Lembrando o acidente do Fresciarossa em Livraga (Milão) talvez seja de pensar em criar condições de maior segurança para os maquinistas em caso de impacto.
O TGV saíra de Colmar e Strasbourg com destino a Paris e embateu num deslizamento de terras.
A locomotiva terá sido amparada pela via adjacente e não chegou a deitar-se. A maior parte das carruagens permaneceu carrilada.
Uma das fotos é clara, houve um grande deslizamento de terras. O que sugere maior proteção do leito de via, ou instalação de lidar longitudinais para deteção de obstáculos.
Julgo que uma solução do género foi estudada para a linha do Douro.
A passagem entre taludes tem alguns riscos. Recordo o acidente na linha do Tua com deslizamento de pedras para a via no dia seguinte a um tremor de terra.
Há poucos anos também houve um acidente deste tipo em Itália. No caso do TGV, é impressionante o fenómeno de liquefação (eu prefiro chamar dissolução da terra).
Possivelmente por falta de vegetação (contudo nem todas as raízes contribuem para a sustentação de um talude).
https://twitter.com/GroupeSNCF/status/1235489459342389250?s=20